The tribute | Italian
press XI/1990 | Brazilian
Press | French Press |
Torino
Film Festival Jean-Louis Comolli | Enrico Rava | Bruno
Torri-Torino | Piero Pruzo | Alberto Farassino Renato Nicolini | Morando Morandini
| Mario Nicolao | Edmarcia Alves de Andrade
David Neves-David Eulalio Neves | Araujo Neto | Paulo Cezar Saraceni | Sylvie Pierre Altan - Francesco Tullio Altan | Ruda de Andrade | Joel Barcellos | Bruno Torri |
JORNAL
DO BRASIL 11/XI/1990
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MEMORIA
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Inesquecível
'amico' Gianni
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O
ita liano Gianni Amico
não se cansou de
divulgar o cinema e a música
popular brasileira no exterior
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Lusto
no Dia de Finados, numa manhã de
lusco-fusco carioca, morre, na Itália,
um dos maiores amigos do Brasil, de seu
cinema e de sua música popular:
Gianni Amico.
Cometo
uma falha semântica, abrindo o texto
com a palavra "justo", porque,
na verdade, nada foi mais injusto. O Gianni
de nosso tempo me parece uma continuação
imutável que me aceitou em 1963
em Sestri Levante em uma das últimas
Resenhas do Cinema Latino americano.
Aprendeu
progressivamente o português que,
finalmente, começou a dominar,
filtrado pelo seu sotaque setentrional.
Ora,
a Resenha era dedicada ao cinema de um
continente subdesenvolvido, o que já
parece coisa surrealista, uma vez que
el se desenrolou (três a quatro
anos) nas cidades 'ia Rivera Ligure (basicamente
em Santa Margherita, na Itália).
O indecifrável Amico dedicou se
a um trabalho que devemos considerar inestimável,
subsidiado por uma instituição
genovesa, chamada bem a propósito
de Columbianum e dirigida por um padre
jesuíta, Angelo Arpa, cuja sincronia
com Gianni nesses anos me pareceu fundamental
para sedimentar a penetração
do nosso cinema no Velho Mundo.
Digo
isso, porque, primeiro, tonou se evidente
(pelo menos aos olhos de um observador
cm plena juventude como eu) a parcialidade
dessa dobradinha a nosso favor e segundo,
porque, realmente, no último (e
quase` operistico ato) dessas inanifestaçóes
a Ultima Resenha, da Fiera del Mn Gênova,
no ano de 1965, a nossa "force e
frappe" foi insuperável, consolidando
posições e simpatias. É
bom lembrar que a Columbianum convidou
para o evento críticos e intelectuais
de toda a Europa, e alguns, talvez já
velhos amigos, de fora.
A
partir daí "o nós lá,
e ele cá" virou quase uma
rotina. Não se pode esquecer a
presença de Rudá Andrade
no início e de Paulo Cezar Saraceni
durante e até o insuportável
desenlace.
Em Gênova, em 1965, António
Cândido traçou um impecável
perfil da nossa cultura através
ele teses e antíteses, digamos,
pós hegeliariitS'. Sem saber, ele
estava inventando a história das
Resenhas e a própria história
de Gianni Amico, cineasta também.
Um de seus últimos filmes era uma
telebiografia de Gramsci. Apesar de harmonias
e conflitos, a convivência de Amico
com um jesuíta seduzido pelo Cinema
Novo rendeu frutos "à brasileira":
ambos nunca perderam, nem esqueceram nosso
jogo de cintura.
O
obituário do JORNAL DO BRASIL publicado
no dia seguinte da morte de Gianni supriu
de longe certas impressões pessoais
que eu gostaria de colocar nesta minha
homenagem ao amigo inesquecível.
Como, digamos, certa decadência
empresarial e ima ginati a do nosso cinema,
Gianni passou-se com armas e bagagens
para a nossa música popular (cujo
vírus ele guardava no sangue há
tempos, sem escon der o fato a ninguém).
Outros amigos e "biógrafos"
dedicar se ão ao mister de destrinchar
as liames evidentes e recônditos
dessas relações, bem como
as da triangulação parafutebolística,
que armou entre nós e a Itália
de Bernardo PUertolucci.

Gianni Amico (a esquerda)
com David Neves, em 1963, na Italia
|
David
Neves wrote to Vera:
|
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Amico,
amigo do Brasil
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Arquivo
- 16.6.68 |
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Gianni
Amico,
58 anos, de câncer no pâncreas,
por volta das 6h da manhã
de ontem, em Roma. Cineasta, Amico
foi um dos maiores divulgadores
da música e do cinema brasileiro
no exterior, especialmente na
Itália. Gianni Amico havia
conhecido na europa Rudá
Andrade, filho do escritor Oswald
de Andrade, que o entusiasmou
com as notícias que deu
sobre o Brasil. Em 1960 o cmeasta
organizou em Gênova o Festival
de Cinema Colombiano (homenagem
ao genovês Cristóvão
Colombo, com filmes de toda a
América), quando levou
para aquela cidade filmes de Gláuber
Rocha, David Neves, Paulo César
Saraceni e Nélson Pereira
dos Santos, entre outros. Apesar
de ter realizado poucos longa
metragens, sua atividade como
cineasta e incentivador foi fundamental
para a divulgação
da arte brasileira na Itália.
Artistas como João Gilberto
e Gustavo Dahl hospedavam se com
freqüência em sua casa.
Com o tempo, Amico chegou a dominar
o português e a ter uma
das maiores coleções
de discos de MPB fora do Brasil.
Veio muitas vezes ao Rio, onde
dirigiu Trópicos, um filme
sobre os retirantes nordestinos
e, em 1966, gravou um especial
com Gilberto Gil e Caetano Veloso
para a RAI, rede de televisão
italiana. Na RAI também
dirigiu diversos filmes, como
uma telebiografia de Gramsci e
uma adaptação do
romance Relações
afetuosas, de Goethe.
Enquanto trabalhava como roteirista
e colaborador de Bernardo Bertolucci
em _ filmes. coma A estratégia
da aranha; Amico continuava a
prestigiar a cultura brasileira.
Em 1983 promoveu na Itália
um dos maiores happenings de MPB,
quando levou para Roma 150 artistas
baianos no festival Bahia de todos
os sons. Esse encontro foi gravado
por Leon Hirzman e Paulo César
Saraceni, mas ainda não
foi montado.
Para completá lo, Amico
veio várias vezes ao Brasil
nos últimos anos em busca
de patrocínio. Entretanto
o câncer que o consumia
acabou por impedi lo de continuar
trabalhandor. Pouco antes de morrer,
Amico tinha resolvido partir para
uma clínica de tratamento
em Munique, na Baviera, a convite
de Bertolucci. Casado, tinha dois
filhos.
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Araújo Netto |
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Caríssimo
Gianni.
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Espero,
no fundo do meu coração, que recebas
esta, no melhor do céu. Não conseguia
mais dormir em paz, vendo a terra,
que era, como sabes, como a Glauber
chamava o Brasil; fazer tanta ingratidão.
Afinal,
quem foi o nosso maior embaixador?
Quem levou nossas artes para a Itália,
Europa, França, Bahia?
Foste
tu, que, nascido perto de Gênova,
levaste em 1961, a primeira grande
retrospectiva do cinema brasileiro,
nos permitindo ver “Ganga Bruta”do
velho Humberto Mauro, obra prima,
tão cheia de toques. Sobre tua batuta,
o festival de Santa Margherita, ao
premiar “Arraial do Cabo” inaugurou
o Cinema Novo.
Em
1965, em Gênova, com patrocínio do
Columbianum, padre Arpa, novamente
um Jesuíta, novo Anchieta, te dava
azas para que tua alma se transformasse
num melhor ainda Cristovão Colombo
e fizesse a união amorosa do terceiro
mundo. Estava inaugurado o teu movimento
- o Cinema Novo da Afetividade. Que
momento extraordinário de amor e beleza.
Em 1966, muito antes de nós brasileiros,
filmaste Caetano e Gil.
Em
1967, em pleno nordeste brasileiro,
revisitaste “Vidas Secas” e nos deste
o belíssimo “Tropici”, admirável exemplo
de afeição e cinema.
Depois
voltaste para tua querida Itália e
fizeste filmes curtos e longos , falando
desse cinema afetivo, cujo manifesto
é “Afinidades Eletivas”, num misto
de sutileza e carne.
Mas,
nunca esqueceste a Terra. E quando
pintou a oportunidade, fizeste, no
imenso Macenzio, em Roma, o maior
espetáculo musical da Terra , “Bahia
de Todos os Sambas”, onde juntaste
a música e o cinema numa banda só.
Mostrando aquele triunfo que foi.
Quem não teve lá, naqueles nove dias
gloriosos e inesquecíveis para toda
a nossa geração, perdeu. Se queram
ver a prova, paguem a montagem/edição,
para verem estas trinta e seis horas
filmadas, no palco, nos monumentos
históricos ... a homenagem a Glauber
Rocha, inaugurando os espetáculos,
com “A Idade da Terra”,verem Gil ,
Gal e Caetano cantando além deles
mesmos, a música de “Deus e o Diabo
na Terra do Sol”. Verem Caymi, Nana,
Dori e Danilo serem aplaudidos por
mais de quinze mil pessoas e ali,
naquele palco, depois que o grande
Batatinha pede Agó, licença ao povo
romano, sempre sobre a tua batuta,
Naná Vasconcelos se transformar em
música e dar passagem para a noite
de todos os sonhos. Lembras, naquela
noite tensa que antecedia a entrada
de João Gilberto, que junto com a
sinfónica iria dar, doar o que serão
os espetáculos musicais dos anos 2000.
Coisa do próximo milênio.
E
ainda tinha mais, cem mil pessoas
dançando o carnaval mais alegre, amoroso,
vertiginoso e louco que jamais vi
ou filmei, logo eu que sou pessoa
de velhos carnavais. Tudo ao som e
na presença do trio elétrico de Dodô
e Osmar.
Tirei
e tiro sempre o meu chapéu, para tal
craque. Contigo, Leon, Dib, Saldanha,
Tonino, Fiorella, a turma de Bernardo
e tantos amigos, todos nós apaixonados
pela tua paixão. Filmamos.
Tenho
certeza que Roberto Rossellini assinaria.
Que
bom que Luizinha esteja fazendo esta
homenagem. Godard vai vibrar. Com
Bernardo, Olmo, Melani, Adriano, Fiorella,
Metka, Ezio, Keko, Sylvie, Narboni,
agradecidos a Joel, estaremos de braços
dados em pleno planalto central do
Brasil, pensando em ti. E essa áurea
que estará sobre nossas cabeças será
o sinal de que a tua eleição estará
mais “presença” do que nunca.
Agora
poderei dormir em paz e como tu e
Leon me pediram e eu prometi, aceitarei
qualquer proposta para terminar, só
falta montar, esse “Bahia de Todos
os Sambas”, que será filmes, vídeos,
especiais de televisão, cable e satélites
etcetera e tal. O maior espetáculo
musical da Terra.
Baci.
Paulo
Cezar Saraceni
|
|
|
GIANNI,
O AMICO
|
“Minhas
amizades”, dizia o Glauber Rocha,
“não são psicológicas, são épicas”.
Levei uma elernidade de algum quarto
de século para entender o significado
daquilo, e foi conhecendo o Gianni,
bem antes de efetivamente encontrá-lo
cara a cara (o que aconteceu apenas
em 1955, no Fest-Rio de Janeiro, enquanto
desde 1969, eu já sabia do Gianni,
amigo dos meus amigos), que me dei
conta de que algumas alianças fundas
independiam do tempo, do espaço, das
circunstâncias, seja de vida ou de
morte, que proporcionavam ou impediam
os encontros objetivos. Amizades épicas
nascem no geral da batalha, no global
da geo-políticahistória, e não no
acaso particular do afeto individual.
Não que elas não sejam afetivas -
talvez sejam até as mais temas, as
mais delicadas, as mais adamantinamente
sentimentais - mas elas, têm uma especificidade
que vai além do misterioso « parce
que c’était lui, parce que c’était
moi”das “amizades a Ia Montaigne:
amizades épicas fazem parte da epopéia,
do poema, do mito. Nelas se define
a fronteira entre gregos e troianos.
Amigos épicos têm os mesmos inimigos,
que eles, entre si, nem precisam nomear.
São da mesma nova guerra, dos mesmos
outros carnavais. São do mesmo samba,
ou então, ruins da mesma cabeça, ou
doentes do mesmo pé. Do mesmo team,
da mesma cabeça. Vejam bem que eu
não estou falando do Fla contra Flu,
nem de cinema nacional contra transnacional,
nem de versão demora o Amigo Mesmo.
Lembraremos, movimento, viagem. Forte
foi o passapor “Terra. Revendo “Tropici”
naquela noite b até o planalto central
da idade da terra, o novo, quanto
conseguia, ele, virar candang.
É
sabido que o Cinema Novo e produzidos
e o roll dos seus autores e envoltórios,
especialmente fatos e ações 1 próximo
ao fato social que ao estilo realizadores
ou não - se envolveu e Amico, com
participação relevante, prir Europa
o debate, o intercâmbio intelecto
do Cinema Novo com outras manifestaç
acabou exercendo influências significativa.
A
posição de Gianni no início oposicionistas,
consolidadas 30 anos dc centenário
do descobrimento da América manifestações
não oficiais desse evento : por aquilo
que conseguimos até agora coi conceito
histórico dos colonizadores; à incorporação
revitalizadora na cultura do ideológico
mais pragmático, o pensame cultural
“Columbianum”em 1961, quandc Nessa
época chegou a São Pau original dos
vencidos contra versão yankee multinacional
dos vencedores (de batatas): a batalha
travada com Gianni tem campos ceais
abertos, generosos, e mais segredos
elíseos...Não é batalha do contra
mas a favor, do mano en Ia mano, do
raça com raça. Do norte da mente com
o sul do corpo, do macho com fêmea.
É de latinos com latinos, em missões
transoceânicas e interimperiais. É
do Édipo-rei salvo das imagens da
cegueira, e da culpa, pela abertura
ao inconsciente, tocando harpa com
o padre. E de bossas sempre novas,
no campo das eternas flores, é de
Bar Esperança no Rosatti, é de futuros
que não acabam. Lembro com emoção,
certa noite do ano passado, em São
Paulo, na sala da Cinemateca, quando
na ocasião do primeiro Euro-fine,
Rudá de Andrade homenageou o Amico
em termos tão vibrantes que, através
das nossas lágrimas, apenas conseguimos
falar alguma coisa, depois de Rudá,
Paulo Cezar Saraceni e eu. Vencemos
porém , a psicologia da pertubação
emotiva para levantar o épico das
únicas palavras úteis: para nós Gianni
foi e demora o Amigo Mesmo. Lembraremos,
mais uma vez, que o assunto é Cinema,
seja movimento, viagem. Forte foi
o passaporte daquele gringo carimbado
por tanto amor ‘a “Terra. Revendo
“Tropici” naquela noite bela, fiquei
maravilhada do sertão das vidas secas
até o planalto central da idade da
terra, o Gianni não tanto sintetizava
a temática do cinema novo, quanto
conseguia, ele, virar candango.
Sylvie
Pierre
Paris,
1 de novembro de 1994
|
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GIANNI
|
É
sabido que o Cinema Novo extravasa
expressivamente a cronologia dos filmes
produzidos e o roll dos seus autores
e teóricos. Foi sustentado por uma
série de elementos envoltórios, especialmente
fatos e ações políticas e culturais,
que situam o movimento mais próximo
ao fato social que ao estilo cinematográfico.
Nesse contexto, muita gente - realizadores
ou não - se envolveu e alguns se destacaram.
Entre os últimos está Gianni Amico,
com participação relevante, principalmente
no âmbito internacional. Abriu na
Europa o debate, o intercâmbio intelectual,
possibilitando o desenvolvimento das
relações do Cinema Novo com outras
manifestações análogas, sobre as quais
o nosso movimento acabou exercendo
influências significativas.
A
posição de Gianni no início dos anos
60 representava o embrião das idéias
oposicionistas, consolidadas 30 anos
depois, a propósito das comemorações
do quinto centenário do descobrimento
da América. Refiro-me ao legítimo
interesse demonstrado nas manifestações
não oficiais desse evento a propósito
dos valores autoctones do continente
e por aquilo que conseguimos até agora
como experiência cultural emancipada;
à reversão do conceito histórico dos
colonizadores; à procura de novas
idéias, novos valores para uma incorporação
revitalizadora na cultura do Velho
Continente. Isso era, dentro de um
contexto ideológico mais pragmático,
o pensamento de Gianni e seus companheiros
de entidade cultural "Columbianum"em
1961, quando os conheci.
Nessa
época chegou a São Paulo, convidando-me
pra realizar um trabalho para a Unesco.
Não era da instituição e falava com
intimidade em nomes como Fulchignoni,
Rossellini, Edgar Morin etc. Desconfiei.
Mas logo fui cativado pelas suas idéias,
apenas esboçadas, porém sustentadas
por sólida convicção e pela sua enorme
simpatia. Contagiado, lid ao seu reencontro
em Santa Margherita Ligure, Gênova.
Foi ali, durante o Festival de Cinema
Latino-Amencano, organizado por Gianni,
que se deu a introdução do Cinema
Novo na Europa. Afogado nos afazeres
organizacionais, Gianni limitava sua
participação nos eventos mas encontrava
forças para as conversas e diversões
noturnas.
Numa
noite, após o embalo das canções do
jovem desconhecido Gino Pauli, Gianni
deixou-nos à beira-mar. Mal acomodados
no precário barco, revezando os remos,
deslizamos nas conversas das escuras
águas da Riviera, eu, Paulo Cézar,
Joaquim Pedro e Gustavo, para retomamos
somente ao despertar do dia. Em terra
firme Gianni nos aguardava em vigília,
enquanto o solene amanhecer mediterrâneo
impunha a gravidade da situação. Era
o momento de nos prepararmos para
participar e expor aos atentos espectadores
internacionais o filme programado
na mostra restropectiva, por volta
das dez da manhã. Para o grupo, tratava-se
da obra que poderia ser considerada
como a "maneira"do cinema
brasileiro; a referência histórica
dos novos caminhos tateados pelo nascente
Cinema Novo: era Ganga Bruta.
No
Brasil Giamíi é pouco cohecido. O
filme que aqui realizou, Os Trópicos,
foi pouco difundido. Que esta homenagem
não se transforme numa incógnita,
como ficou para Mário de Andrade o
nome na placa da rua em que viveu:
que esta homenagem sirva, como referência,
para a justa observação sobre a importância
e a presença de Gianni Amico no difícil
percurso da história do cinema brasileiro.
Rudá
de Andrade
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Galerie Dina Vierny - Paris | CARLOS FREIRE PHOTOGRAPHIC exhibition
PARIS-"TOUT DOIT DISPARAITRE" | CARLOS FREIRE – LE MONT ATHOS
PHOTOGRAPHIC BOOK | HELOISA NOVAES THE ARTIST | Pepito Pignatelli - Picchi Pignatelli by Verinha Ottoni
|
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Kabinet van Schilderijen Mauritshuis-by Verinha Ottoni |
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Wells - TS Eliot Blue Plaque |
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del Bramante-Deco In Italia- Complesso del Vittoriano-Paul
Klee |
Alberto
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Traianei-Rome |
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Kent|
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